quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Para hipertrofiar devo treinar com mais peso?


Existe ao longo dos anos, uma discussão dentro e fora dos ginásios de atividades físicas, de que, quando o objetivo for ganhar massa muscular (hipertrofia) e, mais especificamente, força muscular, o correto seria executar um treinamento com cargas mais elevadas. 

Porém, qual dessas afirmativas que se sustentam cientificamente? Vejamos:

Pesquisadores americanos publicaram em 2016, um estudo na afamada revista Journal of sports science & medicine, no qual buscaram verificar qual o tipo de carga era mais adequado para o ganho de força e de massa muscular. 

Para tanto, os autores submeteram os voluntários a um treinamento de 3 vezes por semanas, durante 2 meses, contendo dois tipos de carga: a) carga elevada (2 a 4 repetições por série) e b) carga moderada (10 a 12 repetições por série), para observar qual das cargas seria melhor para o ganho de força e de massa muscular entre os voluntários. 

Resultados
Os autores afirmam que após os testes (ver imagem abaixo retirada do artigo original), notaram diferenças significativamente maiores na força muscular dos voluntários que treinaram com cargas elevadas (2 a 4 rep) e na massa muscular daqueles que treinaram com cargas moderadas (10 a 12 rep).

Sendo assim, os resultados confirmam que o treinamento de cargas elevadas, são os mais indicados para o ganho de força máxima, enquanto que o treinamento de carga moderada é o mais indicado quando o objetivo é o ganho de massa magra (hipertrofia).

Referência
Schoenfeld, BJ. et al. Differential effects of heavy versus moderate loads on measures of strength and hypertrophy in resistance-trained men. Journal of sports science & medicine, v. 15, n. 4, p. 715, 2016.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Suco de beterraba: um ótimo pré-treino natural

Na beterraba encontramos os carboidratos de carga glicêmica baixa, e com isso, ajudam na manutenção do desempenho do atleta ou praticante de atividades físicas durante seus treinamentos.

A beterraba, por ser carboidrato, sua ingestão antes do treino, auxiliaria na manutenção da reserva de glicogênio muscular. Além de que, também atua na produção de óxido nítrico que é um importante vasodilatador – fazendo com que chegue através do aumento de volume sanguíneo circulante mais substratos na musculatura, e com isso podendo aumentar significativamente a força, potencia e resistência muscular.

Sobre os benefícios da beterraba na saúde e na atividade física você encontra no nosso artigo (leia sobre os seus benefícios clicando >>>AQUI), onde são mostrados diversos benefícios para quem pratica atividade física. Portanto, alguns dos benefícios deste vegetal permitem-nos utilizá-lo como pré-treino (Silva Filho, 2019).

Dúvidas sobre como utilizá-lo:
1) Devo beber o suco quantas horas antes do treino?  
Resposta: Na literatura científica encontramos que sua ingestão deverá acontecer por volta de 3h a no máximo 1h antes do início das atividades (Parizotti, 2013).

2) Qual a quantidade de suco ingerir?
Resposta: Estudos sugerem que seja por volta de 250 a 500 ml, podendo variar conforme as individualidades biológicas de cada pessoa.

Como preparar o suco: 
Tenha uma beterraba pequena, e/ou metade de uma grande, pois, utilizará por volta de (70 a 80g) para o suco, e aproximadamente 250 a 500 ml de água, e adicione açúcar a gosto, mas de preferência utilize os adoçantes naturais como Stevia ou a Sucralose. Caso desejar, poderá estar acrescentando ainda 01 laranja e/ou 01 cenoura. Coloque tudo no liquidificador ou e bata até que fique bem misturado. 

Após isso, ingira seu pré-treino natural e bons treinos! 

Referências
1. Silva Filho, JN. Beterraba para saúde e atividades físicas. Disponível em:<https://josenunesdasilvafilho.blogspot.com/2019/01/beneficios-da-beterraba-para-saude-e.html>. 2019.
2. Parizotti, CS. (2013). Suplementação com suco de beterraba no exercício físico. UFRGS.

O Jogo de Damas na Ciência e na Educação

A ciência por trás do Jogo de Damas
No âmbito científico, poucas pessoas sabem e/ou imaginam que a ciência que existe por trás do Jogo de Damas é, imprescindivelmente, fantástica!


Sabe-se, até então, que o aparente “simples” Jogo de Damas, tenha por volta de 500 bilhões de posições possíveis, segundo o estudo publicado pelo cientista Schaeffer et al. (2007), na renomada revista científica “Science”. O autor disse que “O jogo de damas tem cerca de 500 bilhões de bilhões de posições possíveis (5 x 2020). [...]” E que: “A tarefa de resolver o jogo, determinando o resultado final em um jogo sem erros cometidos por qualquer um dos jogadores, é assustadora”.

Baseando nestes dados confirma-nos o sentido de duas das mais belas frases que circundam o meio “Damistico” (terminologia utilizada para referenciar o “mundo” do jogo de damas) que dizem:

Frase 1: “A grande dificuldade do Jogo de Damas está na sua aparente facilidade” (a.d).

Frase 2: "As combinações inumeráveis e brilhantes do Jogo de Damas, deviam ser admiradas, em todas as idades, como uma obra prima da imaginação dos homens" (Poirson: Encyclopédie du jeu de Dames, em 1855).

O jogo de damas na Educação


No âmbito educacional, segundo os Cadernos da Educação apud Silva Filho & Ferreira (2010) o Jogo de Damas pode servir, quando corretamente aplicado, como um instrumento potencializador das capacidades escolares, pois a mesma, do ponto de vista pedagógico tem capacidade irrefutável de estilar no mínimo cinco capacidades de desenvolvimento cognitivo:
a)      raciocinar na busca dos meios adequados para alcançar um objetivo;
b)      organizar uma variedade de elementos para uma finalidade;
c)      imaginar concretamente situações futuras próximas;
d)      prever as prováveis consequências de atos próprios e alheios e
e)      tomar decisões vinculadas à resolução de problemas.

Sendo assim, torna-se claro que o aprendizado do Jogo de Damas pode incrementar a imaginação, educar a atenção e a concentração, contribuir para formar o espírito de investigação, além de promover o desenvolvimento da criatividade e da memória (SILVA FILHO, 2019).

Ademais, ao jogar damas é imprescindível que o praticante crie de maneira abstrata, possíveis lances ou jogadas suas e de seu oponente. E para isso, o aluno deverá concentra-se efetivamente no tabuleiro e usar de sua imaginação para que possa visualizar as possibilidades de jogadas, sem mesmo ter movido qualquer lance.

Essas situações problemas que o praticante precisa enfrentar quando pratica, pode contribuir, significativamente, para o sucesso do ensino-aprendizado em diversas disciplinas escolares (interdisciplinaridade). Pois, segundo o afamado Professor e Psicológico Educacional de Harvard, Howard Gardner (criador da teoria das inteligências múltiplas):

O cálculo das jogadas também pode contribuir no desenvolvimento da Inteligência Lógico Matemática, que é a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los (GARDNER, 1994, pg. 117).

Contudo, torna-se evidente que o estimulo da prática do Jogo de Damas para crianças, deveria ser bastante incentivada na Educação, uma vez que o mesmo dispõe de importantes variáveis que direta ou indiretamente, contribuem para a formação integral do educando.

Quem gostou do artigo, compartilhe, por favor!

Referência
1. Departamento de educação e cultura de São Caetano do sul. Cadernos da Educação: projeto Jogos de Damas (Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul). Intelligraph, 1994.
2. Gardner, H. Estruturas da Mente - A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
3. Schaeffer, J. et al. Checkers is solved. science, v. 317, n. 5844, p. 1518-1522, 2007.
4. Silva Filho, J.N.; Ferreira, R.A. O Jogo de Damas favorecendo a concentração e a rapidez do raciocínio de alunos do EF. Rev. OMNIA – Suplemento, Adamantina, v.13, n.1, 2010.
5. Silva Filho, JN. Jogo de Damas: Fundamentos iniciais da aprendizagem. ResearchGate. 2019, p.1-26. Disponível em <https://www.researchgate.net/publication/333357342_Jogo_de_damas_fundamentos_iniciais_da_aprendizagem>. Doi: 10.13140/RG.2.2.22503.29607.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Ciclo de Krebs

No presente texto, tentaremos de forma simplificada discorrer sobre o que é o tão famoso Ciclo de Krebs, que teve sua denominação em homenagem ao grande bioquímico Alemão e Nobel de Fisiologia Hans Adolf Krebs.

A produção aeróbia de ATP (energia) acontece no interior da mitocôndria através da interação entre duas vias metabólicas: (Ciclo de Krebs, e a Cadeia de Transporte de Elétrons). Nesse artigo, iremos discutir apenas do Ciclo de Krebs, também conhecido como ciclo do ácido cítrico, e posteriormente realizaremos outro artigo explicando sobre a segunda via metabólica de produção aeróbia de ATP.

Diga-se que a principal função do Ciclo de Krebs é remover hidrogênios e a energia associada aos hidrogênios dos substratos envolvidos no ciclo. Porém, para que todo o processo do Ciclo de Krebs se inicie, é necessário que uma molécula de 02 carbonos seja preparada (acetil-CoA), molécula está que pode ser produzida através da degradação de carboidrato, gordura e proteína (1).

Produção Aeróbia de ATP através do Carboidrato e Proteína
No caso do carboidrato e da proteína, consegue-se chegar ao acetil-CoA (molécula de 02 carbonos) que será utilizado no Ciclo de Krebs, através da clivagem do Piruvato (molécula que contém 03 carbonos), onde se elimina um dos carbonos em forma de CO2.  Após a obtenção de acetil-CoA através do piruvato, o mesmo se liga ao oxaloacetato formando o citrato sintetase (molécula de 06 carbonos), seguindo em uma série de reações com intuito de regenerar o oxaloacetato e 02 moléculas de Co2, e em seguida recomeçar o clico (1).

Produção Aeróbia de ATP através da Gordura
As gorduras (triglicerídeos) também são fontes de energias no metabolismo aeróbio (ver figura). Para tanto, inicialmente são degradados para formarem os ácidos graxos e o glicerol e consecutivamente formarem após uma série de reações conhecidas como “beta-oxidação”, o tão esperado acetil-CoA, molécula que “abre as portas” para o Ciclo de Krebs (2).

Figura 2. Relação entre os 03 metabolismos (pool metabólico).
Fonte: Powers & Howley (2012, p.43).
Resultados do Ciclo de Krebs
a) Glicose: cada molécula de glicose geram duas moléculas de piruvato, e formam na presença de oxigênio acetil-CoA. O que nos permite afirmar que cada molécula de glicose permite duas volta do Ciclo de Krebs. Durante cada volta dada, formam-se 3 moléculas de NADH e 1 de FADH, e para cada par de elétrons do NADH que passou ao oxigênio, há energia para formar 2,5 ATP, e para cada molécula de FADH, se forma 1,5 ATP. Portanto, considerando a produção de energia, o NADH é muito mais rico que o FADH, mas, a maioria dessa energia produzida no ciclo (NADH e FADH) é levada à cadeia de transporte de elétrons para uma produção maior de ATP’s (3).

b) Gordura: ocorre como já dito anteriormente a beta-oxidação, para formar o acetil-CoA (isso na mitocôndria da célula), que depois de formado, torna-se uma fonte de combustível para o Ciclo de Krebs levando a produção de ATP através da cadeia de transporte de elétrons. A oxidação de gorduras é considerada mais produtiva na formação de ATP do que a oxidação de carboidrato.

c) Proteína: acredita-se que as proteínas entram em vias bioenergéticas por vários locais, porém, afirma-se que o primeiro passo seria sua degradação para aminoácidos, onde alguns podem ser convertidos em glicose, ácido pirúvico, acetil-CoA, ou em intermediários do Ciclo de Krebs. No entanto a proteína contribui apenas com apenas no máximo 15% de energia utilizada (4,1).

Como produto final da produção de energia segundo McArdle & Powers & Howley, vejamos quantos ATP’s cada substrato energético pode produzir: 
· Carboidrato: cada molécula pode produzir 32 ATP’s;
· Gordura: cadê molécula pode produzir 142 ATP’s;
· Proteína: cada molécula produz 15 ATP’s

Considerações finais
Resumidamente, o Ciclo de Krebs completa a oxidação de carboidratos, gorduras e proteínas. Produz Co2, e fornece elétrons para geração aeróbia de ATP (energia) na cadeia de transporte de elétrons. Segundo Powers & Howley (2012) “as enzimas que catalisam as reações do ciclo de Krebs estão localizadas no interior das mitocôndrias”. 

Referências
1. POWERS, K; HOWLEY, E. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 6.ed. Manole, 2009.
2. GOLLNICK, Philip D. Metabolism of substrates: energy substrate metabolism during exercise and s modified by training. In: Federation proceedings. 1985. p. 353-357.
3. STANLEY, WILLIAM C.; CONNETT, R. J. Regulation of muscle carbohydrate metabolism during exercise. The FASEB journal, v. 5, n. 8, p. 2155-2159, 1991.
4. McARDLE, W.D., KATCH, F.I., KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 3.ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1992.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Doenças crônicas degenerativas


Uma das definições mais antigas e comentadas sobre Doenças Crônicas, foi descrita na numa Comissão de Doenças Crônicas no Cambridge em 1957, onde incluíram os desvios com uma ou mais características, que proporcionam mudanças patológicas não reversíveis do sistema corporal.

As doenças crônicas às vezes são vistas como doenças insignificantes, mas, isso acorre por desconhecimento, ou apenas por atentarmos para as suas condições agudas, e esquecemo-nos de enfatizar que ao longo do tempo, seus malefícios são além de catastróficos, interferindo significativamente no estilo de vida das pessoas, e, não obstante, muitas vezes podendo levar ao óbito¹.

Entre as doenças crônicas mais comuns, procuramos listar algumas das quais acometem uma grande parcela da sociedade, que também são consideradas as principais causadoras de morte no mundo, como a Hipertensão Arterial; o Diabetes tipo II e a Obesidade.

Para entender melhor cada uma dessas Doenças, clique nos respectivos links abaixo:





Considerações finais 
Somos levados a crer que, a sociedade está a cada dia desenfreadamente sendo forçada a ter uma vida cada vez mais sedentária, e com isso, colaborando de forma significativa com elevadas probabilidades de incluí-las nas estatísticas de pessoas portadores de doenças sistêmicas.

Pensando nisso, deve-se apelar para as políticas públicas e órgãos competentes, tentando viabilizar mudanças nestes quadros atuais, e com isso, proporcionar a estas pessoas uma vida mais ativa e equilibrada, tendo como algumas das ferramentas, as construções de centros esportivos e/ou academias comunitárias, parques e pistas de Cooper. Tendo já cientificado que o exercício físico habitual quando bem orientado, pode reduzir de forma sistematizada o número de pessoas propensas a portarem certas doenças crônicas degenerativas. 

E agora, mesmo após esses dados alarmantes, irá continuar sedentário? 

Referências
1. Martins LM. et al. Qualidade de vida de pessoas com doença crônica. Rev Latino-am. Enfermagem. 4(3), p. 5-18, 1996.
2. Santarém, JM. Musculação em todas as idades: Comece a praticar antes o seu médico recomende. Barueri, Manole - 2012.

Obesidade

A obesidade pode ser definida como o aumento excessivo de gordura corporal. Os grandes estudiosos estipulam um padrão que acometem quando extrapolam os porcentuais de gordura de seu peso total. Tendo como estabelecido em 20% de gordura para os homens e 30% para as mulheres.


Embora também sejam um dos fatores predominantes, os hábitos alimentares irregulares, não carrega sozinho o fator determinante para desenvolvimento da obesidade, pois existem outros fatores que, também, são de grande influência para atuação da obesidade.

As pesquisas¹-² mostram que diferentes fatores podem levar um indivíduo a obesidade, vejamos: 
- Padrões alimentares; 
- Ambiente Alimentar; 
- Comidas em conserva; 
- Imagem corporal; 
- Diferenças bioquímicas; 
- Termogênese induzida; 
- Nível de atividade física; 
- Temperatura corporal basal; 
- Níveis celulares de (ATP); 
- Hormônios sensitivo lípase (HSL); 
- Lipoproteína lípase (LPL).

Outrossim, sabe-se que a obesidade pode gerar muitos riscos para saúde humana, e esses riscos foram descritos num relatório elaborado por 14 membros do Instituto Nacional de Saúde Americano, que concluiu que a obesidade deve ser vista como doença, tendo em vista que surpreendentemente existem vários riscos biológicos, e isso, mesmos quando em baixos níveis de excesso de gordura corporal. E, dentre esses riscos, podemos observar os seguintes segundo Simão (2007) e Santarém (2012):

a) Hipertensão e enfarto do miocárdio; 
b) Doenças renais; 
c) Doenças da vesícula biliar; 
d) Diabetes mellitus; 
e) Doenças pulmonares; 
f) Osteoartrite; 
g) Gota; 
h) Câncer do endométrio e seios; 
i) Lipoproteínas e lipídios plasmáticos anormais; 
k) Funções cardíacas diminuídas; 
j) Alterações menstruais; l) Toxemia na gravidez; 
m) Problemas psicológicos; 
n) infecções de pele; 
o) reduzida tolerância ao calor, etc.

Referências 
Pollock, ML.; Wilmore, JH. Exercícios na saúde e na doença. Avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação, v. 2, 1993.
Santarém, J.M. Musculação em todas as idades: Comece a praticar antes o seu médico recomende. Barueri-SP, Manole - 2012. 
Simão, J. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais. RJ: Phorte, 2007.

Diabetes tipo II


No diabetes tipo II (não insulinodependente) o pâncreas produz, normalmente, a insulina e, em muitos dos casos, até produz uma quantidade maior que a normal, porém, a glicose não consegue entrar nas células dos tecidos, pois as células dos tecidos não são sensíveis ao hormônio.

Além disso, para que a glicose chegue até o interior da célula, é necessário que além da insulina, outros receptores chamados de GLUT4 (glucose transporter 4) estejam presentes em quantidades suficientes.

Didaticamente falando, é como se a insulina fosse a "chave" para entrada da glicose na célula e o GLUT4, fosse a "fechadura". Ou seja, podem existir várias "chaves", mas se as "fechaduras" não funcionarem ou não estejam em quantidades suficientes à glicose, não entrará, o que poderia ser chamado de “resistência à insulina” (SANTARÉM, 2012). 

O diabetes tipo 2 é responsável por mais de 90% dos casos de diabetes, e geralmente aparece depois dos 30 anos. O diabetes, já é a mais comum disfunção endócrina do pâncreas, atingindo mais de 150 milhões de pessoas em todo mundo, o que significa que quase 5% da população mundial tem esta doença.

No Brasil, cerca de 7.6% das pessoas entre 30 e 69 anos tem diabetes. Dados bastante preocupantes, pois este, quando não controlado, pode trazer sérios riscos para saúde: como insuficiência renal, cegueira, amputações dos pés e pernas, lesões nervosas e doenças cardiovasculares, como hipertensão e derrames (FISCHER, 2012).

Referências
1. FISCHER, Bruno. Diabetes: Introdução e a importância da atividade física na prevenção e tratamento. Disponível em: http://www.gease.pro.br/artigo_visualizar.php?id=102>. Acessado em: 04.Ago.2012.
2. SANTARÉM, J.M. Musculação em todas as idades: Comece a praticar antes o seu médico recomende. Barueri-SP, Manole - 2012.

Hipertensão arterial


O Ministério da Saúde (2011)¹, afirma que mais de ¼ da população brasileira com mais de 34 anos é hipertensa e, que este número talvez seja ainda maior devido ao baixo número de diagnósticos. Sabe-se também, que é uma patologia multifatorial, com causas genéticas, fisiológicas e psicológicas. 

Para o Colégio Americano de Medicina do Esporte, a pressão arterial é “a força na qual o coração bombeia o sangue através dos vasos, portanto podemos dizer que a pressão arterial e o produto de dois fatores: da resistência que o sangue encontra nas artérias versus volume de sangue que o coração bombeia a cada batida, ou seja, é determinada pelo débito cardíaco e pela resistência periférica. Para isso, entendemos que a resistência está diretamente relacionada com a espessura e elasticidade, sendo que, quanto mais for à resistência, maior será a pressão"¹.

Ao sabermos o que é pressão arterial, fica mais cristalino entendermos o que realmente significa a hipertensão: é uma condição sistêmica com alterações estruturais das artérias e do miocárdio, associadas à disfunção endotelial, constrição e remodelamento da musculatura lisa vascular, que quando aferidos obtiverem valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg (ver tabela abaixo), sustentados em mais de uma ocasião na ausência de medicamentos anti-hipertensivos. 

E, para o Ministério da Saúde (2006), a hipertensão arterial pode proporcionar tais problemas:
a) doenças cardiovasculares;
b) doenças cerebrovasculares;
c) doenças renais, sendo responsável de pelo menos 40% das mortes por acidentes vasculares encefálicos (AVE), 25% de doença arterial coronariana, e em combinação com a diabetes, 50% de insuficiência renal terminal.

Para finalizar, segue a tabela de classificação da pressão arterial segundo às Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010):

Classificação
Pressão Sistólica
Pressão Diastólica
Ótima
<120
<80
Normal
<130
<85
Limítrofe
130-139
85-89
Hipertensão


Estágio 1 (leve)
140-159
90-99
Estágio 2 (moderada)
160-179
100-109
Estágio 3 (grave)
≥180
≥110
Sistólica Isolada
≥140
<90
IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (2010)

Referências
Bittencourt, V.F et al. Redução e manutenção da pressão arterial através de exercícios resistidos com pesos. RBPFEX. 8(4), 2009.

Quem não pode fazer musculação?


Devido haver uma grande procura pela musculação nos dias de hoje, tentei responder neste artigo, quem pode e, também, quem não pode fazê-la!

De acordo com os dados atuais, essa pergunta torna-se muito pertinente para sociedade, uma vez que a musculação vem sendo considerada uma intervenção terapeuta, sendo prescrita por diversos especialistas das áreas médicas e outras áreas da saúde. Com isso, nota-se o avanço e importância que esta modalidade vem tendo para a sociedade já que a mesma pode desencadear inúmeros benefícios para a saúde e qualidade de vida das pessoas.

Quem não pode fazer musculação?
Infelizmente, existem algumas pessoas que não podem (não devem) fazer musculação por terem algumas doenças que esse tipo de exercício físico acaba não sendo recomendado e/ou seguro (assista ao vídeo). Por isso, baseando-me em Santarém (2013), busquei descrever abaixo, quais são as doenças que impossibilitam uma pessoa de praticar musculação, vejamos:

1) Miocardiopatia Hipertrófica: hipertrofia no miocárdio (mais espesso que o normal) sem causa óbvia – proporcionando um risco muito elevado de morte súbita, detectado principalmente em atletas jovens;

2) Hipertensão Pulmonar Severa: doença caracterizada por uma pressão anormal nas artérias pulmonares ou na irrigação vascular dos pulmões. Provocando uma menor tolerância ao exercício podendo resultar em possíveis falhas no coração;

3) Síndrome de Marfam: é uma doença conhecida por gerar desordem nos tecidos conjuntivos (membros mais longos), podendo afetar o esqueleto, olhos, pulmão, coração, vasos sanguíneos etc. Gerando um risco de morte por aneurismas e dissecções da aorta.

Então, quem pode fazer musculação?
Se você não se enquadra em nenhuma das doenças acima citadas, você ao contrário, estará liberado para tal prática. Acredita-se que para diversas outras doenças, tais como: cardiovasculares, osteomusculares, doenças crônico-degenerativas, doenças autoimunes, HIV, etc., encontramos na literatura científica diversos benefícios tanto na prevenção quanto no tratamento dessas.

Portanto se você não apresenta alguma das doenças supracitadas você já pode iniciar suas atividades com pesos que certamente irá lhe proporcionar uma melhor saúde e qualidade de vida.

Referência
Santarém, J. M. Musculação em todas as idades: Comece a praticar antes o seu médico recomende. Manole, Barueri. 2012.

O Profissional de Educação Física e o SUS


Fonte: UNASUS.
O ano de 1997 foi um dos marcos na Educação Física brasileira, pois foi o ano em que o PEF (Profissional de Educação Física) por meio da resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Nº 218 de março do mesmo ano, foi considerado oficialmente, juntamente com outros profissionais, como um Profissional da área da Saúde. Já em 1º de setembro de 1998, através da Lei 9.696 criou o Sistema CONFEF/CREF e desta forma a profissão foi regulamentada.

A partir daí, um vasto leque de opções apareceram para o PEF dentro da área da Saúde. Acredite! É verdade! Algumas resoluções no início dos anos 2000 levaram mais ainda o PEF para dentro do rol da Saúde e em 2008, o PEF foi inserido nos programas do Governo Federal de Estratégia de Saúde da Familia, tornando-se então uma das profissões que atuam dentro do SUS (Sistema Único de Saúde).

Com o aumento do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) pelo Brasil, o PEF encontrou mais um campo de trabalho. Postos de Saúde hoje em dia tem PEF trabalhando. Concursos públicos para secretarias municipais de saúde pelo país contratam PEF para diversos programas, como as Academias da Cidade, Academia Carioca, Academia da Terceira Idade.

Bem, a minha dica é para você que está querendo enveredar por essa área:
Busque uma especialização em Saúde Coletiva, Saúde da Família ou um Programa de Mestrado em Saúde ou até mesmo uma residência. Há vários pelo Brasil e basta você entrar em qualquer sítio de busca que logo vão aparecer resultados para a sua pesquisa.

Texto: Prof. Me. Roberto Cláudio Cordeiro.

O Profissional de Educação Física precisa ter registro no conselho?

Frequente é a dúvida dos Profissionais de Educação Física sobre a necessidade de estarem registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física para exercerem a sua atividade profissional. 

Pois bem. A Constituição Federal previu em seu artigo 5º, XIII, que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, contanto que atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 

A Lei Federal nº 9.696/98, que regulamentou a profissão de educação física e criou o Conselho Federal e os respectivos Conselhos Regionais de Educação Física, exigiu a necessidade de registro dos profissionais que quiserem atuar na área. Desta forma, a legislação federal estabeleceu que o exercício das atividades de Educação Física e a designação de “Profissional de Educação Física” é prerrogativa dos profissionais devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física. 

Para o registro nos Conselhos Regionais de Educação Física é imperioso que os interessados sejam possuidores de diploma obtido em curso de Educação Física; ou que, até a data do início da vigência Lei nº 9.696/98 (1º de setembro de 1998) tenham comprovadamente exercido atividades próprias dos “Profissionais de Educação Física”. 

O Superior Tribunal de Justiça, já firmou entendimento nesse mesmo sentido, acrescentando que somente os profissionais registrados podem exercer o magistério dos conteúdos de educação física para o ensino fundamental, médio e superior (REsp 783.417/RJ). 

Em face do exposto, é possível concluir que somente os profissionais devidamente registrados perante os respectivos Conselhos Regionais de Educação Física podem exercer as atividades de Educação Física, ainda que de magistério, bem como receber a designação de “Profissional de Educação Física”.

Musculação para Mulheres: mitos e verdades



Infelizmente, ainda existem alguns mitos enraizados nos ginásios e locais onde acontece a prática de exercícios físicos sobre o tema musculação para mulheres. Entretanto, muitas dessas teorias, infelizmente, são fundamentadas apenas no “achismo” ou em argumentações muito a quem do que nos revela os estudos científicos sobre a prática de exercícios físicos nesta população. 

Até aproximadamente os anos 60, a musculação para mulheres, era desaconselhada até mesmo pela medicina desportiva que opinava contra a prática de exercícios com sobrecarga. E a justificativa dos mesmos, era de que as mulheres não detinham corpos preparados para suportar tais atividades, o que evidentemente carecia de argumentos e evidências mais sólidas (1).

A musculação, hoje também conhecida como treinamento resistido, como já vimos, foi num passado próximo, considerada um exercício contraindicado para mulheres. Porém, tal mito incrustou-se na sociedade, certamente pela falta de estudos e conhecimento da população sobre o tema, tendo em vista, que a partir de quando novos estudos começaram a difundir-se sobre a musculação para mulheres, logo se criou o consenso que: além de não ser uma modalidade contra indicada, ainda poderia contribuir de forma significativa para a estética, saúde e qualidade de vida das mulheres praticantes (2).


Benefícios da Musculação para mulheres:
a) Redução da gordura corporal; 
b) Enrijecimento e/ou ganho da massa muscular; 
c) Acelera o metabolismo; 
d) Aumento da densidade mineral óssea; 
e) Aumenta a força muscular; 
f) Previne e trata as doenças crônicas degenerativas; 
g) Previne Celulite; 
h) Combate à flacidez; 
i) Auxilia no trabalho intestinal 
j) Eleva a autoestima, e o bem estar; 
k) Reduz os índices de ansiedade e depressão. 

Mitos sobre a musculação para mulheres:
a) Musculação deixa mulheres masculinizadas; 
b) Musculação engorda; 
c) Musculação diminui os seios; 
d) Musculação dá varizes e/ou vasinhos; 
e) Musculação diminui a flexibilidade;

Sobre tais mitos podemos desmistificá-los com embasamento científico de forma clara e objetiva, vejamos:

Mito (a): à prática de musculação para mulheres jamais poderiam deixá-las masculinizadas, tendo em vista que o índice de testosterona (hormônio masculino responsável pelo anabolismo muscular) é reduzido em mulheres, sendo alto apenas nos homens, logo, subentende-se que mulheres que não apresentam disfunções hormonais, não há como apenas com tal prática tornarem-se masculinizadas (3).

Mito (b): este é um mito muito desprovido de fundamentação, tendo em vista que todos os estudos ou inferências sobre o qualquer tipo de exercício físico e emagrecimento, convergem para a redução de gordura, e melhora da composição corporal. Portanto, para saber mais sobre, leia nosso artigo “musculação emagrece?” (4).

Mito (c): não há nenhuma fundamentação sobre musculação e redução dos seios femininos. Pois, os exercícios apenas irão enrijecer a musculatura do peitoral, o que seria ótimo. Porém, o que se encontra às vezes, são “algumas mulheres” que por buscarem melhoras rápidas, acabam treinando demasiadamente e/ou fazendo usa de substâncias ilícitas para alcançarem seus objetivos à curto prazo, e acabam gerando uma alteração significativa na gordura localizada na região dos seios.

Mito (d): já é consenso na literatura à prática dos exercícios de musculação contribuem de forma significativa para a melhora da circulação sanguínea, e aumento do calibre e força dos vasos sanguíneos, portanto, não passa de mera falácia.

Mito (e): com base na literatura, fica nítido a musculação, não apresenta correlação com a redução da mobilidade articular em mulheres e, ao contrário disso, em alguns estudos mostrou-se eficiente na manutenção ou aumento da flexibilidade em melhores (5).

Conclusão
Podemos perceber que a prática habitual dos exercícios de musculação para mulheres, pode contribuir de forma significativa tanto para a estética quanto para à saúde e qualidade de vida das mulheres. 

Referências
1. Gomes Jr. G.S. Medicina desportiva. Rio de Janeiro: Tupy, 1958. 
2. Lessa, P; et al. Quando as mulheres invadem as salas de musculação: aspectos biossociais da musculação e da nutrição para mulheres. Cesumar. 9(2),p.109-17,2007.
3. Simão, R. Treinamento de força na saúde e qualidade de vida. Phorte, 2004.
4. Silva Filho, J.N. Musculação emagrece?. Disponível em:<https://josenunesdasilvafilho.blogspot.com/2019/01/musculacao-emagrece.html>. Acessado em: 08.Set.2019.
5. Rebelatto, Jr. et al. Influência de um programa de atividade física de longa duração sobre a força muscular manual e a flexibilidade corporal de mulheres idosas. Rev. bras. Fisioter. 10(1),p.127,2006.

Musculação emagrece?


Infelizmente, ainda há um grande número de pessoas, que por desconhecimento, acham que a musculação (Treinamento Resistido) não dá um aporte significativo no quesito emagrecimento. Porém, este grande ceticismo ocorre por falta de informação e aprofundamento no mecanismo científico desses exercícios e suas respostas fisiológicas tanto durante, quanto principalmente após a sua realização. 

Acredita-se que essa prática arraigou-se dentre a sociedade leiga em exercícios físicos resistidos, por que analisam apenas os resultados que acontecem durante o exercício, e confirma-se realmente, que durante o exercício de musculação, não há uma mobilização prioritária do metabolismo de lipídios (gorduras), notando assim, que nos exercícios curtos e intensos, os chamados (anaeróbios), usam como substratos energético de forma predominante, a Creatina Fosfato (CrP) e o Glicogênio, diferentemente dos exercícios leves e prolongados (aeróbios), que por sua vez, há uma predominância maior do metabolismo lipídico, o que pode ter gerado essa análise simplória dos reais resultados dos exercícios realizados na musculação, por simploriamente afirmarem que durante esse tipo de esforço físico, a metabolismo predominante não seja o lipídico (1,2). 

Na busca de tentar entender como a musculação pode colaborar com o processo de emagrecimento, iremos analisar as respostas metabólicas que essa provoca no período após a sua realização, ou seja, no período em que o indivíduo esteja em repouso. A primeira das afirmativas gira em torno de que os exercícios realizados na musculação, podem aumenta o volume muscular, e com isso, consequentemente aumentam a Taxa de Metabolismo Basal (TMB), que resumidamente, significa o "Mínimo de energia necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso" (3). Na segunda afirmativa, acredita-se que a mesma atividade, pode gerar no indivíduo quando em repouso um prolongamento além de maior, mais intenso em seu consumo de oxigênio (VO2) pós-exercício. 

Alguns pesquisadores até afirmam que "[...] A maneira mais inteligente de perder gordura e mostrar uma musculatura mais definida é realizando um treinamento "pesado com pesos", que também se queimarão calorias e o metabolismo permanecerá alto, [...]" (4). Outros já afirmar que quanto maior a massa magra, maior a quantidade de calorias gastas ao dia, e que ao preservar a massa magra através dos exercícios da musculação, previna declínios no metabolismo também, sendo que, quando a perda de peso vem acrescida de massa magra, o metabolismo acaba desacelerando de forma significativa e prejudicial par ao processo de emagrecimento saudável (5). 

O American College Sport Medicine (6), afirma que o treinamento resistido é um potente estímulo no aumento de massa e/ou força muscular, podendo ser muito importante componente para o sucesso dum programa de perda de peso, aumentando a massa magra e a perda de gordura. E tentando explicar este mecanismo, fundamentamo-nos nas pesquisas que afirmam que esse tipo de exercício, contribui para o aumento significativo do Consumo Excessivo de Oxigênio Pós-Exercício (EPOC), tendo em vista que além das calorias gastas durante esses exercícios, eles provocam um gasto calórico substancial no período pós-exercício, e já é sabido por todos que o metabolismo energético principal quando estamos em repouso/descanso, é o metabolismo lipídico “gordura” (2). 

Alguns estudos realizados com exercícios ergométricos observaram que mesmo quando realizados esse tipo de exercício, mesmo que intensamente, seus gastos de oxigênios pós-exercícios, aconteciam em média até no máximo 40 minutos (7). Porém, com os exercícios resistidos, a resposta do EPOC parece variar bastante, e estar diretamente correlacionada com a combinação das variáveis, parecendo que quão maior for à intensidade dos exercícios, maior será o gasto de oxigênio após suas atividades, podendo-se afirmar que nesta segunda, o gasto ultrapasse os 40min observados anteriormente (8). 

Conclui-se que: 
Fica até certo ponto evidente, que os exercícios de musculação colaboram de forma ímpar no processo de "queima de gorduras", além de contribuir para o tratamento e prevenção da obesidade que hoje é sem dúvida um grande problema para à saúde pública mundial. 

Referências
1. Simão, R. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para grupos especiais. Phorte, SP, 2008.
2. Carnevali, L.C.J et al. Exercício, emagrecimento e intensidade do treinamento: Aspectos fisiológicos e metodológicos. Phorte, 2011.
3. MCARDLE, W.D et al.. Fisiologia do Exercício. Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 4 ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1998.
4. Esquerdo, O. Enciclopédia da musculação. Osasco: Leap, 2010.
5. LEIBEL, R..L. et al. Changes in energy expenditure resulting from altered body weight. New England J Med, 1995, 332:621-628.
6. ACSM. Position stand on the appropriate intervention strategies for weight loss and prevention of weight regain for adults. Med Sci Sports Exerc 33:2145–2156, 2001.
7. Neto, G.C; Farinatti P.T.V. Consumo de oxigênio após exercício resistido: uma abordagem crítica sobre os fatores determinantes de sua magnitude e duração. Braz. J. Biomotricity. V.3, N.2.2009.
8. TAHARA, Y, et al. Fat-free Mass and Excess Post-exercise Oxygen Consumption in the 40 Minutes after Short-duration Exhaustive Exercise in Young Male Japanese Athletes J Physiol Anthropol, 27: 139-143, 2008.

Sedentarismo e envelhecimento

Quando se fala em números de pessoas inativas, a situação atual do Brasil é catastrófica, pois, enquadra-se numa estatística na qual 14 % dos brasileiros adultos, ou seja, quase 18 milhões de pessoas adultas são totalmente sedentárias no país. Os dados são da pesquisa de "Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas", feito pelo Ministério da Saúde, divulgado em Abril/2012, onde incluíam pessoas que não faziam nenhum tipo de exercício físico, quer seja no trabalho, no deslocamento, em serviços domésticos, ou em tempo livre (CONFEF, 2012, p.04). 

Ainda foram apresentados os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), que analisaram "pessoas insuficientemente ativas", os dados também são alarmantes, mostrando que 31% dos adultos acima de 15 anos, não são suficientemente ativos, não obstante, evidencia-nos que 3,2 milhões de mortes anualmente são atribuídas a falta de atividade física suficiente, com isso, o sedentarismo ocupa o quarto maior fator de risco de mortalidade global, incriminada por pelo menos 21% dos casos de tumores malignos na mama e no cólon, 27% dos registros de diabetes e 30% das queixas de doenças cardíacas. 

Em conexão com esses dados apresentados, podemos notar que algumas mudanças globais, tendem a contribuir com uma vida inativa e danosa para saúde. Observa-se que os fatores ambientais, tais como: violência, tráfego de automóveis intensos, baixa qualidade do ar e poluição, falta de parques, calçadas e aparelhos esportivos ou de recreação, e o aumento de jornada de trabalho diária, contribuem de forma significativa para que os indivíduos se tornem cada dia mais inativos (OMS, 2008). 

Fica claro que a sociedade caminha cada vez mais para uma vida pouco saudável, e o fator principal disso, vem a ser o sedentarismo desenfreado, além de que, o mesmo pode provocar certos hábitos de vida, que contribuem para elevação dos índices de pessoas com doenças sistêmicas. Uma das alternativas de intervenção seria apostar em um número maior de locais para prática de atividade física, juntamente com a inclusão de profissionais de Educação Física fixo nesses ambientes, para que todas as atividades sejam realizadas com segurança e prescritas de acordo com as necessidades e limitações dos seus praticantes. 

No âmbito da prevenção de doença, a pratica de atividades físicas quando bem orientadas, segundo Santarém (2012, p.11) pode colaborar de forma ímpar nas ocorrências de situações patológicas graves, evitando e também controlando doenças crônicas que com o passar do tempo, evoluem para outros casos clínicos mais agravantes, tais como o exemplo da Aterosclerose (doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos), tendo entre estas doenças a Hipertensão arterial, o diabetes do tipo 2, e obesidade etc. O mesmo ainda afirma, que mesmo quando a doença seja oriunda de uma predisposição genética, a atividade embora não possa evitá-las, está pode retardar/impedir possíveis evoluções. 



Como o exercício físico pode atuar contra as doenças crônicas 

Para entendermos um pouco do mecanismo dos exercícios físicos contra doenças crônicas, podemos citar que o sedentarismo leva o organismo a produzir substâncias chamadas citocinas pró-inflamatórias, sendo a mais conhecida o Fator de Necrose Tumoral (TNF-alfa), esta que esta diretamente relacionada com a origem da aterosclerose. O TNF-alfa, também aumenta a resistência à insulina, dificultando a entrada da glicose nas células de todo organismo, acarretando outras doenças crônicas (PETERSEN & PEDERSEN, 2006, p. 43-51). Em contrapartida aos malefícios do sedentarismo, a contração muscular produz substâncias denominadas miocinas do grupo das interleucinas, muito conhecidas por seus efeitos no sistema imunológico, as miocinas, agem ao contrário das citocinas, produzindo efeitos anti-inflamatórios, e com isso, pode-se afirmar que a contração muscular quando habitual, pode oferecer proteção contra doenças cardiovasculares, diabetes 2, obesidade, hipertensão arterial (SIMÃO, 2007). 

Portanto, pôde-se perceber que a situação atual do sedentarismo é caótica tanto no Brasil quanto no mundo, ficou claro também que uma das intervenções que pode contribuir de maneira significativa para a prevenção e tratamento de inúmeras doenças sistemáticas oriundas do sedentarismo é a prática habitual da atividade física. 


Referências 
CONFEF. Conselho Federal de Educação Física. Revista Confef. 2012
OMS. (2001). The world health report. Geneva
PETERSEN, A.M.W; PEDERSEN, B.K. The Role of IL-06 in mediating the anti-inflammatory effects of exercise. J Physiol Pharmacol. 2006; 57(10): 43-51.
SANTARÉM, J.M. Musculação em todas as idades: Comece a praticar antes o seu médico recomende. Barueri-SP, Manole - 2012. S
SIMÃO, R. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais. RJ: Phorte,2007.

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